No episódio, Ana Frazão conversa com Ana Paula Salviatti, historiadora formada pela Universidade de São Paulo desde 2009, professora licenciada pela mesma instituição. mestre em História Econômica pela USP desde 2013, com a dissertação "A Financeirização do Meio Ambiente: O caso do mercado de créditos de carbono”e doutora em Desenvolvimento Econômico pela Universidade de Campinas desde 2022, com a tese " A Ciranda Financeira no Brasil: Gênese, trajetória e Acumulação Rentista (1964 - 2022).
Na conversa, a Professora Ana Paula explica o significado do termo “ciranda financeira” e o papel do rentismo para o capitalismo na periferia, como o caso brasileiro, para a construção de uma dinâmica de concentração e exclusão. Analisando um grande período temporal, que vai de 1964 a 2022, a Professora Ana Paula mostra as razões pelas quais as reformas de 1964-1965, que foram idealizadas para o fomento do crédito produtivo privado de longo prazo, não atingiram esse resultado e ainda favoreceram o comportamento conservador dos detentores de liquidez, assim como os mecanismos pelos quais a ciranda financeira operou durante o período de aceleração inflacionária vivido nas décadas de 70 e 80 e mesmo após a adoção do Plano Real.
Parte importante da conversa diz respeito às principais consequências da ciranda financeira no âmbito macroeconômico, em que a Professora Ana Paula tenta explicar porque a institucionalidade da indexação financeira dos títulos públicos em um regime curto prazista e de alta taxa de juros dificulta a realização de políticas macroeconômicas orientadas para o desenvolvimento, assim como dificulta a responsabilidade fiscal.
Na parte final, a Professora Ana Paula ainda trata dos seus atuais projetos de pesquisa e da crítica contida no seu Antimanual de Economia. Fundamentos e críticas para não economistas.